Otite Média Bacteriana: a dor de ouvido que pode causar sequelas graves à audição e ao equilíbrio


Médico do Hospital Paulista recomenda atenção redobrada com crianças, por terem maior predisposição à doença; tratamento requer uso de antibióticos e acompanhamento especializado

A quem pensa que dor de ouvido é um problema simples, que facilmente se trata em casa, com o “remedinho” da farmácia, saiba que por trás desse sintoma pode haver uma situação bem mais complicada – e que merece atenção.

Bem diferente da dor de ouvido habitual (a chamada otite externa), a Otite Média Bacteriana é uma infecção da cavidade timpânica que tem potencial de causar danos à audição e ao equilíbrio, demandando, raramente, procedimentos cirúrgicos após o tratamento clínico.

De acordo com o Dr. José Ricardo Gurgel Testa, médico otorrinolaringologista do Hospital Paulista – referência em saúde de ouvido, nariz e garganta –, esta doença é mais comum entre crianças, mas também pode acometer outros perfis.

“O fator mais decisivo está relacionado à imunidade do corpo. Por isso que ela é muito vinculada às crianças pequenas, que não tem uma imunidade completa. Ainda assim, a depender da agressividade das bactérias, ela também pode afetar outros tipos de perfis”, alerta.

A manifestação dos sintomas, conforme o médico, geralmente ocorre durante ou logo após gripes, resfriados, infecções respiratórias ou na garganta. “O sintoma mais comum é a dor de ouvido, que pode vir acompanhada de uma secreção purulenta, sensação de tontura ou mesmo uma perda de audição mais severa e cefaleia intensa – o que já indicaria um quadro de maior complicação.”

Essas reações, ainda segundo o especialista, se dão por conta da passagem de micro-organismos das vias aéreas para a orelha, ou mesmo por conta do inchaço das tubas auditivas, o que faz com que as secreções da orelha não sejam adequadamente drenadas para a garganta e se acumulem na orelha média.

“Além do comprometimento da audição e do equilíbrio, essa infecção ainda pode, raramente, contaminar tecidos meníngeos e cerebrais. Tudo isso é muito grave. Portanto, qualquer sinal deve ser imediatamente avaliado por um médico”, enfatiza o Dr. José Ricardo.

Com relação ao tratamento, o especialista explica que ele é feito por meio do uso de antibióticos sistêmicos e, às vezes, também tópicos. Ou seja, medicamentos prescritos.

Quanto à prevenção, a melhor forma, segundo o médico, é tratar o nariz com uso de soro fisiológico, especialmente durante ou após quadros de gripes, resfriados, infecções de garganta. “Dessa forma, você evita que as secreções nasais subam para a orelha média e estimula que o processo de drenagem ocorra da maneira correta, pela garganta.”

Otite Externa Necrotizante

Outra infecção de ouvido que requer muita atenção é a Otite Externa Necrotizante (também chamada de Otite Externa Maligna). Mais grave e bem mais rara, a doença acomete pacientes imunossuprimidos ou diabéticos descompensados.

“Pessoas que têm essas características devem ter cuidado redobrado quanto à prevenção, pois os quadros, geralmente, são críticos e demandam internação hospitalar, além de tratamento com antibióticos de amplo espectro e muito potentes”, observa o Dr. José Ricardo.

Nesse caso, segundo o médico, a melhor forma de prevenção é evitar traumas ou manipulações.

“A maneira correta de limpar os ouvidos é passando suavemente uma toalha limpa e macia após o banho, somente onde o dedo alcança, sem forçar a entrada do canal auditivo”, enfatiza o especialista.

Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.  

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