Novembro Laranja – Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido
O zumbido no ouvido, também conhecido por tinnitus, é um som mais comumente percebido nos ouvidos ou na cabeça na ausência de um estímulo sonoro do ambiente. Ou seja, trata-se de uma percepção sonora sem uma fonte de som externa. Segundo o especialista do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, Dr. José Ricardo Gurgel Testa, o zumbido não é uma doença, mas sim sintoma de uma condição de saúde que afeta algum ponto da via auditiva. “Existem, inclusive, dois grandes grupos de zumbido: o subjetivo, em que apenas o paciente é capaz de observar o som, sendo este o mais comum entre aqueles que se queixam do sintoma; e o objetivo, perceptível a outras pessoas”, explicou.
Principais causas!
De acordo com o médico, algumas condições que levam ao zumbido podem ter origem no próprio sistema auditivo ou em outros sistemas que afetam o ouvido de forma indireta, entre elas podemos enumerar:
- Perda da audição, tanto pela a deterioração das células sensoriais do ouvido, localizadas na cóclea; como por condições que alteram a condução do som, que podem ser causados por envelhecimento, exposição a ruídos intensos (pós shows, por exemplo), ouvir música alta frequentemente, principalmente com fones de ouvido; e tampão de cerume nos ouvidos.
- Alterações dos ossículos da audição;
- Doença de Ménière (que causa zumbido, vertigem e perda de audição);
- Neurinoma do acústico (tumor raro que acomete o nervo auditivo).
“Em algumas situações, o zumbido pode aparecer proveniente de uma infecção, como a Otite, Nesses casos, o paciente não relata o sintoma por se tratar de uma condição transitória e que tende a ser eliminada assim que a infecção é tratada”, explicou Dr. Testa – como é mais conhecido.
Há situações em que o zumbido aparece justamente para indicar que algo está mal em nosso corpo, tais como:
- Distúrbios da articulação têmporo-mandibular e outras alterações odontológicas;
- Alterações metabólicas: dos açúcares, gorduras e deficiência de vitaminas;
- Alterações hormonais: tireóide e hormônios sexuais;
- Distúrbios cardiovasculares: hipertensão arterial mal controlada e arritmias;
- Distúrbios psiquiátricos, como depressão e ansiedade;
- Malformações de vasos da cabeça e pescoço;
- Maus hábitos alimentares: consumo abusivo de doces, café e períodos prolongados de jejum;
- Cigarro e bebidas alcoólicas, pioram a percepção do zumbido;
- Medicamentos: uma lista grande que inclui antibióticos, diuréticos, quimioterápicos, AAS (aspirina) e outros anti-inflamatórios em altas doses e alguns antidepressivos.
Diagnósticos e tratamentos!
Para identificar a causa do zumbido no ouvido, o médico otorrinolaringologista irá avaliar os sintomas apresentados, tais como:
- O tipo de zumbido;
- Quando aparece;
- O tempo que dura;
- Os sintomas associados, que podem incluir tontura, desequilíbrio ou palpitações, por exemplo.
O próximo passo, o especialista deverá fazer a observação interna dos ouvidos, mandíbula e vasos sanguíneos da região podendo, inclusive, solicitar exames de imagem como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que poderão identificar de forma mais precisa alterações cerebrais ou na estrutura dos ouvidos.
Para tratar o zumbido, é necessário conhecer a sua causa. Algumas vezes, o tratamento é simples, podendo incluir a remoção de cera pelo médico otorrinolaringologista, o uso de antibióticos para tratar a infeção ou uma cirurgia para corrigir defeitos no ouvido, por exemplo.
Entretanto, em alguns casos, o tratamento é demorado e mais complicado, podendo necessitar de um conjunto de terapias que podem ajudar a aliviar os sintomas ou a diminuir a percepção do zumbido. Algumas das opções incluem:
- Usar aparelhos auditivos para tratar a perda de audição. Entenda quando é necessário usar aparelhos auditivos e os principais tipos;
- Terapia de som, com a emissão de ruídos brancos por meio de aparelhos específicos, que podem ajudar a diminuir a percepção do zumbido;
- Uso de ansiolíticos ou antidepressivos para diminuir a ansiedade;
- Uso de remédios vasodilatadores, como betaístina e pentoxifilina, por exemplo, que podem ajudar a melhorar a circulação sanguínea do ouvido e diminuir o zumbido;
- Tratamento das doenças que podem estar desencadeando os sintomas, como colesterol alto, diabetes ou hipertensão arterial;
- Manter um hábito de vida saudável e evitar consumo de substâncias desencadeantes, comocafeína, álcool, cigarros, café e edulcorantes artificiais, como o aspartano, por exemplo.
- Em alguns casos, terapias complementares como acupuntura, musicoterapia ou técnicas de relaxamento podem ser úteis para diminuir a sensação de zumbido.
Prevenção e Bem-Estar!
A prevenção é a forma mais eficaz de combater o zumbido. Algumas causas, como o envelhecimento natural, não podem ser evitadas, porém, a maioria delas devem ser prevenidas com a adoção de algumas medidas simples e eficazes na rotina, entre elas:
- Visitar um médico otorrinolaringologista regularmente;
- Ter cuidado com exposição a sons altos (usar protetores acústicos em casos de exposição diária);
- Evitar a ingestão de alguns alimentos, como o café e excesso de carboidratos.
O Zumbido no ouvido afeta significativamente a qualidade de vida de quem o tem, por isso, prevení-lo deve ser sempre a primeira opção!
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